Géssica Santos Silva de 24 anos foi espancada, esfaqueada e morta a tiros após sair de casa na noite deste sábado (29), na Vila Rui Barbosa, na Cidade Baixa, em Salvador, para cobrar o valor de R$ 106,00 reais que tinha que receber por ter trabalhado como cordeira no bloco do Harmonia do Samba na sexta e sábado de carnaval.
Géssica foi deixada na porta da casa onde morava com a tia que a criou desde pequena (ela era órfã de pai e mãe), sobre uma porta velha de geladeira. Ao encontra a filha, dona Beatriz Santana de 77 anos, acionou o SAMU que a socorreu para o hospital do Subúrbio, mas ela não resistiu aos ferimentos e veio a óbito horas depois de dar entrada na unidade de saúde.
Segundo O CORREIO, dona Beatriz, disse que não imagina o que possa ter acontecido com a filha. Segundo ela, a Géssica era usuária de drogas, mas não tinha envolvimento com o tráfico no bairro.
“Eu que criei Géssica, peguei ela para criar desde pequenininha, quando os pais dela morreram. Meu Deus, a minha filha morreu. Não sei o que aconteceu com ela, só vi o corpo dela jogado na frente de nossa casa”, contou a idosa, que revelou que a brutalidade dos autores foi tão intensa que ela não reconhecia a filha.
“Quebraram as costelas dela. Uma brutalidade sem tamanho. Eu perdi a minha filha, que perversidade fizeram com ela, meu Deus. Eu criei ela como uma filha, foram 24 anos debaixo da minha saia. Estávamos nos programando para fazer o aniversário dela no dia 26 de março. Ela ainda me pediu a benção antes de ser levada para o hospital. Estava com os olhos abertos”, lembrou.
Uma colega de trabalho de Géssica, que não quis se identificar, também esteve no local para prestar condolências à família. Ela revelou que esteve com Géssica horas antes do ocorrido, quando foram receber o valor por terem trabalhado no Carnaval. No entanto, após receber o dinheiro, disse que não a viu mais e não imagina o que possa ter acontecido com a colega.
“Ela trabalhou comigo nos dois dias no carnaval. Trabalhamos no trio do Harmonia do Samba na sexta e sábado. Estamos todos arrasados. Soube pelo celular mais tarde. Ela era uma pessoa boa”, disse.
Géssica deixa quatros filhos, três meninas e um menino: Arieli, de 3 anos, Ludmila, de 1 ano, Caroline de quatro meses e o mais velho, Andrés Daniel, de 5 anos. A família ainda não liberou o corpo da jovem no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLRN).
O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP).
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