Nos últimos anos, o marketing de influência passou de um recurso experimental das marcas para um dos pilares da publicidade digital.
Se antes bastava ter muitos seguidores para ser considerado influente, hoje o cenário mudou drasticamente. O público, cada vez mais exigente, questiona até que ponto as recomendações feitas por criadores de conteúdo são genuínas ou apenas fruto de contratos publicitários bem pagos. Surge então, uma dúvida que ecoa entre especialistas e consumidores: será que o marketing de influência perdeu a sua autenticidade?
O crescimento e a transformação do setor
No início, os influenciadores se destacavam justamente por serem “gente como a gente”. Diferente das celebridades da televisão, pareciam mais próximos, reais, acessíveis. Um review de produto no YouTube ou uma dica de beleza no Instagram transmitiam confiança porque vinham acompanhados da impressão pessoal de quem estava de verdade. Esse frescor de autenticidade foi o que fez o marketing de influência explodir.
Com o tempo, porém, a profissionalização do setor trouxe contratos milionários, agências especializadas e métricas cada vez mais sofisticadas. A espontaneidade deu lugar a roteiros pré-definidos e campanhas planejadas. O que era natural passou a soar ensaiado, e muitos seguidores passaram a perceber essa diferença.
O público mais crítico e atento
A audiência de hoje está muito mais preparada para identificar quando está sendo impactada por uma publicidade disfarçada. Transparência virou palavra de ordem, tanto que diversos países exigem que influenciadores sinalizem claramente quando um post é patrocinado. Ainda assim, muitos usuários sentem que o excesso de propagandas em perfis pessoais cria um distanciamento da relação inicial.
Além disso, escândalos envolvendo influenciadores — desde a promoção de produtos de baixa qualidade até casos de fraude em sorteios e compra de seguidores — abalaram a confiança do público. Isso reforça a percepção de que parte do setor prioriza ganhos financeiros em detrimento da honestidade com a comunidade.
Autenticidade ainda é possível?
Apesar das críticas, afirmar que o marketing de influência perdeu totalmente sua autenticidade pode ser precipitado. O que mudou foi o critério de confiança. Hoje, os consumidores buscam vozes mais nichadas, que falem com propriedade sobre determinado tema e que mantenham coerência em seus discursos. É nesse contexto que os micro e nano influenciadores ganharam espaço, justamente por preservarem uma relação mais próxima com seus seguidores.
Marcas que apostam em colaborações de longo prazo, em vez de ações pontuais, também tendem a transmitir maior credibilidade. Quando o influenciador realmente acredita no produto e o integra de forma natural em sua rotina, a percepção de autenticidade se fortalece.
O futuro do marketing de influência
O setor não está em decadência, mas em transformação. A autenticidade não desapareceu — ela apenas se tornou mais difícil de sustentar em um ambiente saturado. Para sobreviver, criadores e marcas precisam priorizar a transparência, a consistência e a relevância. O público de 2025 já não aceita discursos vazios, e o engajamento só acontece quando há verdade por trás da mensagem. Baixar video Instagram
No fim das contas, o marketing de influência continua sendo uma ferramenta poderosa, mas a sua eficácia depende de um novo pacto de confiança: menos posts superficiais, mais histórias reais. Talvez o segredo não esteja em perguntar se perdeu a autenticidade, mas sim em entender que ela agora precisa ser construída e conquistada todos os dias.
Fonte: Izabelly Mendes
