Ter uma vida sexual ativa pode controlar enxaqueca, reduzir o risco de doenças cardíacas e até melhorar a enxaqueca
Sexo além de prazeroso pode também pode ser um santo remédio. Ter uma vida sexual ativa pode trazer uma série de benefícios para a saúde.
De acordo com o médico e terapeuta sexual João Borzino sexo frequente e, principalmente com prazer, tem muitas vantagens para a saúde física e mental:
“Journal of Health and Social Behavior” associou a prática sexual rotineira a uma redução no risco de hipertensão em mulheres da terceira idade. Estudo do Instituto de Pesquisa New England, em Massachussts, aponta que atividade sexual contribui para o aumento da frequência cardíaca, que atinge seu pico durante o orgasmo ( que pode chegar a 180 batimentos por minuto). Homens na faixa dos 50 anos de idade, que fazem sexo ao menos duas vezes por semana, correm um risco 45% menor de problemas cardíacos, incluindo diminuição da pressão média o que reduz a incidência de infarto e avc, sem contar que aqueles que mantém ao menos 21 ejaculações mensais tem risco duas vezes menor de desenvolver câncer de próstata ( pesquisa do Instituto Nacional do Câncer em Maryland)”, começa ele.
“Devido a liberação de endorfinas pelo orgasmo, temos grande melhora com as crises de enxaqueca, sono mais reparador , pois também há maior liberação de prolactina e ocitocina, aliviando a ansiedade de uma maneira geral. Assim como, com a diminuição do cortisol basal ( hormônio do estresse), diminuímos o risco de incidência de diabetes, aumento da liberação de testosterona, sistema imune mais forte e detoxificação do organismo como um todo. Ou seja, promove uma bela ajuda no processo de desinflamar o corpo. Cientistas da Universidade McGill, no Canadá, descobriram que mulheres que haviam feito sexo recentemente tinham melhor capacidade de lembrar de muitas palavras, apontando que a atividade sexual estimula conecções neurais importantes em áreas da fala, memória e aprendizado, o que tem tudo a ver com a concentração.
Pesquisadores das Universidades de Bristol e Belfast ( Reino Unido), entendem que homens que praticam sexo regularmente vivem mais tempo e com maior qualidade, ou seja, essa promoção de melhoria global da saúde reflete na longevidade.
Quando o assunto é autoestima a ligação era de se esperar: Estudantes que fazem sexo casual relatam maior autoestima do que indivíduos mais comprometidos, de acordo com um estudo da Universidade Cornell. E as pesquisas não param”, completa.
Mas será que existe uma frequência ideal? Segundo Borzino, ela varia de acordo com a idade e depende de diversos fatores, como estilo de vida, saúde, características relacionais do casal, autoestima e libido.
“Pesquisas do Instituto Kinsey para Pesquisas em Sexo, Gênero e Reprodução nos Estados Unidos, revela que a frequência tende a decair ao longo dos anos e pode variar de uma vez por semana a uma vez por mês. Os jovens entre 18 e 29 anos têm, em média, 112 relações sexuais por ano, o corresponde a três encontros por semana. Já em adultos de 30 a 39 anos, a média anual cai para 86, o que equivale a 1,6 relações por semana. Já o grupo entre 40 e 49 anos de idade tem 69 sessões por ano ou 1,3 relação semanal, um pouco mais da metade em relação aos mais jovens.
Para quem é casado os dados também são diferentes: 34% dos casados têm relações entre duas e três vezes por semana, 45% têm algumas vezes por mês e 13% apenas algumas vezes por ano”, pontua.
O terapeuta sexual diz que estudo revelado no Congresso da Sociedade da Menopausa da América da América do Norte (2016) refere que mulheres heterossexuais sentiram-se mais confortáveis sexualmente com o passar do tempo, tanto pela autoconfiança como pela comunicação com o parceiro, em relação aos primeiros anos de vida sexual. “São mais genitalizadas por conhecerem melhor seus corpos, perdem o medo ou a aflição de uma possível gravidez e zelam pela qualidade do prazer. Frequência alta deixa de ser preocupante pois confiam na qualidade, dispensando a insegurança no relacionamento que está muito ligada a obrigação da frequência”.
Ainda segundo João Borzino, a importância da atividade sexual para nós é imensa, pois é uma forma de comunicação com aspectos específicos, que envolve um padrão de comportamento de gratificação mediado principalmente pela dopamina.
“Sistema esse que submete funções psíquicas ligadas a gratificação com a existência. Portanto tem grande responsabilidade pela liberação de tantos outros neurotransmissores em diversas regiões, levando a uma teia hormonal complexa. Isso faz com que, em interligação com fatores genéticos e epigenéticos, criemos fatores de proteção principalmente para a síndrome metabólica ( hipertensão, colesterol alto, obesidade e diabetes – basicamente). Hoje a grande preocupação mundial de saúde coletiva, é o impacto sócio econômico que os ” organismos inflamados” causam. Doenças derivadas desta base como AVC, doenças coronarianas ( infarto) e demências ( Alzheimer), por exemplo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença de Alzheimer é responsável por 70% dos casos de demência no mundo.” A OMS estima que mais de 50 milhões de pessoas vivam com demência, e que esse número possa aumentar para 150 milhões em 2050. No Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas sofrem de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados todos os anos. A OMS prevê que o Brasil seja um dos países mais afetados pela doença no futuro, devido à sua população e rendimento médio e baixo. em 2019, foram gastos 1,3 triliões de dólares em todo o mundo para atender pessoas com demência. A demência é uma das principais causas de incapacidade de idosos e tem um impacto físico, psicológico, social e económico tanto para as pessoas com a doença, como para quem as cuida. O custo social dos cuidados da doença de Alzheimer aumenta drasticamente com o aumento da severidade da doença, sendo a institucionalização o principal motivo”, elucida Borzino.
O especialista destaca que importância da atividade sexual é de prevenir e manter a saúde não só para uma qualidade de vida melhor, mas sim por um mundo melhor e viável também no aspecto econômico.
“A OMS também define a saúde sexual como um “estado de bem-estar físico, emocional, mental e social em relação à sexualidade”. A saúde sexual requer uma abordagem positiva e respeitosa da sexualidade e não é a ausência de doença, disfunção ou incapacidade. A saúde sexual tem que tomar sua devida relevância pois é pilar para a longevidade saudável. Cuidar da sexualidade é preservar o ser humano em todos os âmbitos: saúde, física, mental, financeira e econômica para o mundo”, finaliza.